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Autismo: o que você precisa compreender sobre o Transtorno do Espectro do Autismo - TEA

Email Facebook LinkedIn Print Twitter 21 de Junho de 2021

Os Transtornos do desenvolvimento neurológico podem ser descritos como condições que se manifestam no início do período do desenvolvimento da criança e acarretam dificuldades no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional.  

Entre eles, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), e conforme a descrição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da  Associação Americana de Psiquiatria (DSM - V), caracterizam-se pela presença de um repertório comportamental marcadamente restrito de atividades e  interesses, prejuízos na comunicação social e interação (APA, 2014). 

Isso significa que de acordo com o DSM-V ele afeta 3 grandes áreas do desenvolvimento da pessoa: comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos e pode estar ou não associado a comprometimento intelectual concomitante ou a outra condição médica ou genética. 

Importante considerar a variação nos sintomas e nos comportamentos individuais, uma vez que algumas pessoas apresentam alguns sintomas de forma leve e outros com maior comprometimento.

Níveis descritos no diagnóstico de TEA 

Ao observar esses níveis, você poderá entender melhor sobre o diagnóstico de autismo e a sua especificação.  

São descritos três níveis no DSM-V:

• Nível 1 – necessidade de apoio (precisam de algum apoio e tratamento para desenvolver-se e serem  funcionais);

• Nível 2 – necessidade de apoio substancial (apresentam maior  necessidade de tratamento e necessitarão de maior apoio para a vida acadêmica, social e familiar) e

• Nível 3 – necessidade de apoio muito substancial  (crianças com maior comprometimento, necessitarão de muito apoio, tratamento  e poderão ser pouco funcionais e apresentar menor independência). 

A diferença se dará conforme o nível de apoio que cada pessoa necessitará para comunicar-se, interagir com os demais e também quanto aos comportamentos restritos e inflexíveis.

Principais sintomas a serem observados em uma criança 

Entre as características que envolvem o autismo, a interação social é a base do diagnóstico do TEA, podem-se observar déficits na reciprocidade socioemocional, que pode envolver sinais como dificuldade em abordar uma  pessoa, estabelecer uma conversa, restrição em compartilhar brincadeiras  imaginativas, não apreciar a interferência na brincadeira, dificuldade em  perceber sinais sutis em conversas, dificuldade em interpretar comunicação não  verbal e sinais sociais, dificuldade em demonstrar interesse pelo contato, outras  terão maior interesse em objetos, dificuldade em iniciar ou responder a  interações sociais, déficits para desenvolver, manter e compreender  relacionamentos, dificuldade em fazer amigos ou ausência de interesses pelas pessoas. Portanto, quando a criança começa a apresentar dificuldades na  comunicação social, é importante que os pais estejam atentos. Crianças costumam ser comunicativas e interagem com certa facilidade com outras crianças e com adultos ao redor. 

A cognição social é a habilidade de perceber, compreender e interpretar os sinais sociais. Essas habilidades são importantes para os julgamentos sociais e para a tomada de decisões. Indivíduos com TEA podem ter dificuldade para identificar emoções nas outras pessoas, julgar expressões faciais, perceber emoções na voz do outro, identificar regras e sinais sociais, o que pode interferir significativamente no relacionamento com os demais. 

Em se tratando da linguagem / comunicação, alguns indivíduos com TEA apresentam a fala, porém com certas restrições na comunicação, parecem usar  a comunicação de uma forma diferente do padrão de crianças da idade dele, seja usando palavras e frases muito corretas, não conseguir manter uma comunicação de duas vias, mantendo muito tempo o mesmo assunto, repetir frases de filmes, desenhos, ecolalia, fala estereotipada, “robotizada”, com pouca entonação e/ou não entender as entrelinhas no diálogo. 

Alguns não apresentam a fala e muitos aprendem a se comunicar por meio da comunicação alternativa e suplementar ou comunicação alternativa e  ampliada (CAA).  

Neste sentido, são utilizados desde Sistema de Comunicação por Trocas  de Figuras (PECS) – cartões com imagens que descrevem conceitos básicos até o uso de aplicativos que permitem criar sentenças complexas. Mas o sucesso no uso dessa comunicação e o avanço das habilidades de comunicação do autista vão depender em grande parte de um acompanhamento efetivo da equipe de  profissionais. 

Em relação aos comportamentos restritos, podem apresentar dificuldade em mudar a rotina, em flexibilizar, gostar de fazer sempre igual, do mesmo jeito, sejam as brincadeiras, horários, comidas (seletividade alimentar), mesmos  assuntos, temas, desta forma, podem aprender muito sobre um tema, o que favorece um conhecimento acima da média à respeito de algum assunto.

Outras características envolvem as estereotipias, estão relacionadas ao comportamento repetitivo, ritualísticos, sem motivo aparente, seja na fala ou na  movimentação do corpo. São exemplos: balançar os braços, passar objetos em  frente aos olhos / em ângulos diferentes, balançar o corpo, rodar ou alinhar objetos, pulos repetitivos, andar em círculos, sons ou frases repetidos. As estereotipias no autismo surgem, principalmente, quando a criança recebe uma série de estímulos e é uma das formas que ela encontra de se reorganizar e  processar os estímulos que recebeu, conseguindo encontrar um movimento que a ajuda nesse processo de organização emocional e corporal. 

Importante citar que alguns indivíduos podem apresentar busca excessiva ou  aversão a estímulos sensoriais, indiferença aparente a dor e temperatura, reação a sons, certas texturas, movimentos, fascinação por luzes, cheirar ou  tocar objetos de forma excessiva. 

A importância da identificação dos sinais de risco 

Diante dessas informações, o que vale destacar é que se você percebe alguns dos sinais relatados, é muito importante procurar uma avaliação com equipe especializada. A equipe deve ser constituída por profissionais das áreas de medicina, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, além de outros encaminhamentos necessários que podem envolver pedagogia, fisioterapia, nutrição, entre outros. Pode ser considerada a consolidação do diagnóstico, descartar hipóteses ou definir como uma suspeita, porém iniciando intervenções focadas nas características apresentadas, conforme as demandas de cada criança e estimulando as suas habilidades.

A identificação precoce de sinais de risco possibilita informações para as  pessoas que convivem com a criança e ajustes no ambiente. As avaliações dos profissionais servem de guias para identificar as  capacidades e desafios e nortear as intervenções seja em ambiente terapêutico, domiciliar ou escolar. 

Importância da equipe, escola e família 

Se você é um familiar de criança que apresenta este diagnóstico, o essencial é você sentir-se confortável com a equipe que atende ou irá atender seu filho, tirar suas dúvidas sobre métodos utilizados e formas de intervenções. O mais  importante é considerar que os profissionais que irão acompanhar seu filho tenham um olhar para a família e ambiente domiciliar também, com acolhimento e orientações para que as intervenções trabalhadas em terapia sejam também reforçadas em casa, bem como tenham como foco a parceria com a equipe escolar com adaptações e um trabalho em conjunto com os professores tanto para socialização quanto para acesso ao conteúdo acadêmico. 

Espero ter ajudado com esse texto e que você tenha conseguido resposta para algumas dúvidas ou ao menos ter ajudado a observar com maiores detalhes alguns comportamentos e características da criança que você convive. 

Gilda Albaricci Alves 
CRP: 06/46759-2 
Psicóloga  
Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem 
Especialista em Neuropsicologia 
Formação em Psicoterapia Breve 
@gildaalbaricci

 

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